Gravura tradicional O que é gravura? A gravura é uma linguagem visual que é obtida a partir da impressão em um papel de uma imagem proveniente de uma matriz que pode ser de madeira, metal, pedra, tecido ou arquivo digital. A gravura é dividida basicamente em 4 tipos: a xilogravura, gravura originada da madeira, a gravura em metal que é feito a partir de uma chapa de metal, a litogravura que é uma gravura proveniente da pedra e a serigrafia que é criada de uma tela stencil. Xilogravura A base da xilogravura é a madeira entalhada. Sulcos são feitos em uma tábua de tronco de árvore que formam o desenho ou o texto que se deseja imprimir. A imagem que fica em cima é a imagem que será impressa. Se a imagem tiver mais de uma cor, diferentes tábuas são esculpidas de forma que coincidam e formem uma só imagem no papel. Gravura em metal A base é uma folha de metal que é esculpida com a imagem a ser impressa. A tinta entra nos sulcos (baixo-relevo) que quando entra em contato com o papel era absorvida oferecendo ilustrações mais finas que as produzidas pelo entalhe de madeira. Foi utilizada no século XIX pelos cartógrafos, que podiam “atualizar” os mapas, porque o metal era de fácil manuseio. Além disso, a matriz de metal era resistente, suportando muitas cópias antes de se desgastar. Gravura a buril Era utilizado o buril sobre uma chapa de cobre ou latão. O buril é uma pequena barra de aço com ponta afiada e cabo arredondado (figura 5). É o buril que vai fazer os sulcos na chapa de metal e o raspador é utilizado para tirar as rebarbas do metal escavado para que não interfira na impressão. A imagem deve ser reversa a que deve aparecer no papel. A ponta seca O desenho era riscado com uma agulha de aço sobre uma chapa de cobre ou zinco. “Cidade fantástica” gravura à ponta-seca, 1961. Darel Valença. A água-forte Uma chapa de metal coberta com uma camada de um preparado, que é uma mistura de verniz, asfalto e betume, é riscada. Depois, mergulha-se a chapa em uma solução que corrói onde foi riscado e que vai ser onde a tinta vai ser depositada na hora da impressão. Dentro das impressões de baixo relevo, temos também a técnica do vernis-mou, da aquatint ou água-tinta, da mezzotint ou maneira negra. Litografia A pedra lisa é a matriz da litografia. Sobre ela, um desenho é feito com material gorduroso que pode ser algo a base de cera como giz ou lápis, ou tinta. A pedra de rocha calcária é tratada com uma goma arábica ácida que a torna porosa e bem absorvente. A porosidade da pedra permite que ela absorva água que é repelida pelo desenho. Por sua vez, o desenho absorve a tinta que é repelida pela pedra encharcada de água. O papel colocado sobre a matriz e pressionado, absorvendo só a tinta. Serigrafia Serigrafia é a impressão de gravuras através de uma tela que pode ser de seda, nylon ou polyester. Essa tela é emulsionada com material fotosensível e exposta a uma luz que endurece as partes que não ficaram cobertas pela imagem. Depois de lavada, ela permite que a tinta que é passada com uma espécie de rodo, passe pela tela e fixe no suporte que pode ser papel, tecido ou outro material. A serigrafia foi incorporada às técnicas gráfica no século XX. Siglas utilizadas para denominar a tiragem da gravura. Antigamente, não havia uma tiragem determinada pelo artista. Ele reproduzia a gravura de acordo com a demanda de venda. Quando a matriz ficava gasta, ele retocava e continuava a tirar cópias. Isso comprometia muitas vezes a qualidade da imagem. Hoje, o artista define quantas cópias vão ser feitas do mesmo trabalho e as numera e assina. Normalmente, ele coloca no canto inferior esquerdo o número da cópia e o número da tiragem. Ex: 1/10 significa que é a primeira cópia de uma tiragem de 10 cópias. A assinatura do artista fica no canto direito inferior. No meio dos dois, se escreve o nome da obra. Não há valores diferentes para as cópias. Antigamente esse pensamento era pertinente porque não havia uma definição de número de cópias e as últimas poderiam ficar comprometidas pelo desgaste da matriz. Mesmo assim, a qualidade de uma gravura só seria possível se fizesse uma comparação entre cópias, oportunidade quase impossível para um colecionador de gravuras. Normalmente o artista faz todo o processo, da criação a impressão da gravura. Mas hoje com os profissionais mais qualificados o serviço pode ser delegado a um terceiro. Esse profissional faz o trabalho de reprodução e é aprovado pelo artista que numera e assina as obras de próprio punho. O artista pode pedir uma tiragem a mais do trabalho que pode ser para seu arquivo, exposição, presentear ou enviar ao depositário legal. Essas cópias extras têm o mesmo valor das demais e geralmente não ultrapassam a uma dezena de exemplares. Se o profissional imprimir mais cópias sem o conhecimento do artista, ele está cometendo uma fraude. E pode ser comprovado pela falta de assinatura do artista. Se uma segunda tiragem for feita com aprovação do artista, é uma questão de ética colocar um B ou II após a numeração. Outra sigla usada é a P.E. no lugar da numeração. Ela indica Prova de Estado. As provas de estado são o registro da criação, o passo a passo da colocação de cores. P.A. é a Prova do Artista, que é aproximadamente 10% do número da tiragem. P.I é a Prova do Impressor. Quando quem imprime o trabalho não é o artista. Em alguns casos, o impressor é co-autor da obra e convidado pelo artista a coassinar com ele. H.C. ou Hors Commerce são cópias não comerciáveis, que são dadas e não podem ser vendidas. H.S., Hors Serie, ou F/N fora de numeração é uma reprodução sem tiragem, que pode até ser única. 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Rocha fevereiro 18, 2017 Muito boa a explicação e exemplos. Sugiro também ressaltar a importância da fundição pelos gregos como uma das primeiras formas de reprodução, bem como as cunhagem de moedas e terracota. Agradeço a oportunidade de aprofundar meus conhecimentos sobre gravura.