Os quadros, pôsteres e lambe-lambes abrem espaço para mais um tipo de criação. São obras em grandes dimensões criadas por artistas com traços próprios, recurso perfeito para quem busca algo mais autoral.

Kobra
O trabalho de Kobra é um reflexo de suas crenças e de sua personalidade. Apesar da estética primorosa, o apelo está sempre na mensagem por trás da obra. Tímido, o artista usa suas telas para falar sobre o que o incomoda e também o comove. O flerte com a arte começou ainda na escola. Não era o melhor dos alunos, mas a aula sobre o tema fez seus olhos brilharem. Até tentou o estudo particular, mas o professor não tinha disponibilidade de horário. Sozinho, buscou referências para desenvolver sua grande paixão: a arte de rua. A primeira tela foi a parede de sua casa, com desenhos de super-heróis. Trinta anos depois, a flexibilidade de materiais e texturas, combinada à inquietação criativa do brasileiro, o levou a estampar ruas por todo o mundo.

Kobra - A arte na sala tem significado afetivo para o morador: o desenho é baseado em uma foto de seus avós. Ideia da arquiteta Maria di Pace (Foto: Edu Castello / Editora Globo)

Kobra – A arte na sala tem significado afetivo para o morador: o desenho é baseado em uma foto de seus avós. Ideia da arquiteta Maria di Pace (Foto: Edu Castello / Editora Globo)

Carol Murayama
Carol cresceu vendo os familiares, envolvidos com trabalhos manuais, elaborarem grandes obras. O encanto por cores e formas a levou para a moda, com a qual atuou como estilista até receber um convite inusitado: estampar a área social de um hostel. A artista topou o desafio e, de quebra, descobriu uma nova profissão – para sorte dos amigos que emprestavam suas paredes para que ela pudesse amadurecer seu estilo. Hoje, os desenhos em preto e branco, feitos com canetas, tintas e pincéis, são inspirados nos clientes. Prova de que, para um belo resultado, é preciso talento e uma boa história.

Carol Murayama - Construções ícones da cidade de São Paulo, como o Masp, estampam a parede da sala da enfermeira Marcela Vulcano (Foto Edu Castello/Editora Globo)

Carol Murayama – Construções ícones da cidade de São Paulo, como o Masp, estampam a parede da sala da enfermeira Marcela Vulcano (Foto Edu Castello/Editora Globo)

Giuliano Martinuzzo
Tudo o que envolve a natureza inspira Giuliano. O artista plástico mistura as referências naturais ao caos urbano para criar suas formas monocromáticas e orgânicas. Em seus desenhos cheios de linhas, ele busca usar a criatividade para trazer uma visão não óbvia da vida. Foi assim desde a primeira parede que pintou, quando se apaixonou pelo sentimento libertador de estampar uma grande tela e imprimir ali a pluralidade de percepções. Defensor do poder do abstrato, Giuliano explica sua arte como indefinível e sempre mutável.

Giuliano Martinuzzo - A intervenção no living surgiu da ideia do escritório Now Arquitetura de trazer um toque descolado ao décor de uma jovem publicitária. As linhas conferem movimento ao ambiente (Foto Divulgação)

Giuliano Martinuzzo – A intervenção no living surgiu da ideia do escritório Now Arquitetura de trazer um toque descolado ao décor de uma jovem publicitária. As linhas conferem movimento ao ambiente (Foto Divulgação)

Cusco Rebel
Desenhar sempre foi a brincadeira favorita de Cusco. Mas foi aos 15 anos que a atividade atingiu uma dimensão ainda maior em sua vida. Após ganhar o primeiro skate, o artista descobriu o lifestyle e a arte de rua cheia de cores e curvas do esporte. Passou, então, a ilustrar camisetas, rampas e equipamentos. Daí para chegar às grandes telas, como fachadas e paredes, bastou dar tempo ao tempo. Cusco se autodefine como uma ferramenta criativa. Busca referências na natureza e na música – de onde, inclusive, surgiu seu sobrenome artístico, já que é fã da banda rebel Ramones.

Cusco Rebel - A designer de interiores Simone Casalecchi apostou em um grafite cheio de cores e ondas, que traz sensação de mar. Tapete e mesa lateral da FJ Pronto pra Levar! (Foto Edu Castello/Editora Globo)

Cusco Rebel – A designer de interiores Simone Casalecchi apostou em um grafite cheio de cores e ondas, que traz sensação de mar. Tapete e mesa lateral da FJ Pronto pra Levar! (Foto Edu Castello/Editora Globo)

Mulheres barbadas
Dois publicitários e um amor em comum: o traço. Henrique Lima e Julio Zukerman se conheceram na agência em que trabalhavam. Quando surgia um tempinho livre, eles desenhavam. Logo veio a ideia de disponibilizar as obras on-line. Nascia então o Mulheres Barbadas. Atento aos detalhes, Julio é capaz de passar horas e horas desenhando os pelos de um animal. A dedicação move Henrique, que é definido pelo sócio como o cara que faz as ideias evoluírem. A amizade entre os dois garante que o trabalho com canetões, tinta acrílica, pincéis e nanquim seja tão divertido quanto deve ser. E não existe bloqueio criativo, o importante para eles é destravar e sair fazendo.

Mulheres barbadas por Henrique Lima e Julio Zukeman - O empresário Houssein Jarouche costuma dizer que devora arte. As obras com grafismos e tipologias são suas preferidas. Por isso a ideia de trazer um desenho exclusivo para o quarto do filho (Foto Otavio Dias/Editora Globo)

Mulheres barbadas por Henrique Lima e Julio Zukeman – O empresário Houssein Jarouche costuma dizer que devora arte. As obras com grafismos e tipologias são suas preferidas. Por isso a ideia de trazer um desenho exclusivo para o quarto do filho (Foto Otavio Dias/Editora Globo)