Vila Madalena & Pinheiros

Em meio à boemia da Vila Madalena, muros e lojas ganham o colorido do grafite. Quem passa pelas ruas Gonçalo Afonso e Medeiros de Albuquerque fica impressionado com a galeria a céu aberto de grafites pintados com tinta spray, feitos principalmente por artistas brasileiros, conhecida como Beco do Batman.

A história do Beco começou na década de oitenta, quando surgiu na parede da rua Harmonia um desenho do homem-morcego dos quadrinhos. A novidade fez com que estudantes de artes plásticas começassem a criar desenhos de influência cubista e psicodélica nas paredes do Beco.

A fama do Beco do Batman criou um código de ética entre os grafiteiros. Foto: Charles Humpreys

De lá para cá, cada centímetro de muro do Beco foi sendo coberto por intervenções de tinta aerossol brilhantes e estilizadas feitas por grafiteiros reconhecidos internacionalmente como Speto (acima, segundo à direita).

Embora seja uma galeria informal, o espaço é disputado constantemente por artistas que buscam expor seus trabalhos, e por isso foram criadas algumas regras essenciais para garantia da ordem: quem pintou no muro permanece “proprietário” da parte específica que usou. Um grafiteiro deve obter a autorização do “dono” para usar o espaço já coberto.

Hoje em dia, a viela está em constante mudança. Em cada nova visita é possível observar a evolução do Beco ao longo do tempo.

Quem passa pelas proximidades se depara com inúmeras obras de artistas brasileiros de peso, incluindo uma de Paulo Ito que fica na rua Mario de Alencar, e uma de Mundano que fica num estacionamento na rua Harmonia.

Beco do Batman também podem ser vistas obras de artistas com reconhecimento internacional, como Paulo Ito. Foto: Charles Humpreys

Acho este desenho estimulante pela mensagem social que parece passar. Embora o estilo de Paulo Ito não seja realista, este grafite aborda uma realidade social e parece refletir a tendência do ser humano de tentar evoluir permanentemente e se adaptar às novas condições de vida.

É possível que Ito queira dizer que, por mais que tentemos nos reinventar, lá, no lugar mais profundo de nosso ser, seremos eternamente os mesmos

MAAU

Ao sair da estação Carandiru do metrô, uma surpresa: 33 colunas coloridas exibem obras de alguns dos principais artistas urbanos da cidade. O projeto do Museu Aberto de Arte Urbana começou em 2011 após a detenção de alguns grafiteiros no local, que não tinha autorização legal para se expressar com seus sprays. Então, após acordo com a Prefeitura, o coletivo formado por nomes como ChivitzBinho RibeiroMinhauSpeto, Presto, MarkoneOnestoZezãoEnivo Highraff, mantêm a região muito mais viva e inspiradora, logo ao lado do Parque da Juventude.

Avenida 23 de Maio 
A avenida recebeu um presente de um grupo de sete grafiteiros no aniversario de São Paulo em 2009. Entrando para o roteiro de arte urbana, os muros que cercam o local com um painel de quase mil metros quadrados com uma incrível precisão em técnicas de grafite. Próximo ao Viaduto Tutóia está uma cena de fatos cotidianos, chamado de “Muro das Memórias”. Participaram do projeto os artistas Osgemeos, Nina Pandolfo, Nunca, Finok e Zefix 8, liderados por Kobra.

Sao Paulo grafite 23 de Maio - Roteiro de arte urbana de São Paulo

TIETÊ

A canalização cinza e vazia do Tietê serviu de cenário para o artista estampar seus “flops” (nome dado pelo artista aos desenhos azulados com linhas e curvas, que podem lembrar desde canos a ondas, flores etc). Além da parte externa, também existem desenhos nas partes internas dos canais, que, infelizmente, não podem ser vistas pelos visitantes.

⇒ CENTRO

O centro de São Paulo abriga murais como a pop art de 33 metros de altura do artista Daniel Melim; e os murais de Eduardo Kobra, na avenida Tiradentes com reproduções da avenida, nos anos 50.

Vista aérea do trabalho de Daniel Melim, no Centro (foto: Eduardo Vessoni)Vista aérea do trabalho de Daniel Melim, no Centro (foto: Eduardo Vessoni)