José Francisco Borges , conhecido artisticamente como J. Borges, é um artista, cordelista e poeta brasileiro. É um dos mais famosos xilógrafos de Pernambuco, nasceu em 1935 na cidade de Bezerros no interior de Pernambuco, onde vive até hoje, começou o trabalho com xilogravura para ilustrar suas histórias em cordéis hoje elas são vendidas a colecionadores, artistas e intelectuais, também já publicou vários álbuns.
Aos oito anos, o menino José Francisco já trabalhava na terra com o pai. Aos dez, já fabricava e vendia na feira colheres de pau. Foi oleiro, confeccionou brinquedos artesanais e vendeu livros de cordel. Aos 29 anos, José resolveu que iria escrever cordel. Foi quando fez
O Encontro de Dois Vaqueiros no Sertão de Petrolina, com xilogravada por Mestre Dila, que vendeu mais de cinco mil exemplares em dois meses.
Como não tinha dinheiro para pagar um ilustrador, J. Borges resolveu fazer ele mesmo: começou a entalhar na madeira a fachada da igreja de Bezerros, que usou em O Verdadeiro Aviso de Frei Damião. Desde então, começou a fazer matrizes por encomenda e também para ilustrar os mais de 200 cordéis que lançou ao longo da vida.
Descoberto por colecionadores e marchands, viu seu trabalho ser levado aos meios acadêmicos do país. Na década de 1970, J. Borges desenhou a capa de As Palavras Andantes, de Eduardo Galeano e gravuras suas foram usadas na abertura da telenovela Roque Santeiro, da Rede Globo. Nessa época, começou a gravar matrizes dissociadas dos cordéis, de maior tamanho. Isso permitiu expor no exterior: em 1992, na Galeria Stähli, em Zurique, e no Museu de Arte Popular de Santa Fé, Novo México.
Depois, novas exposições, na Europa e nos Estados Unidos. J. Borges foi condecorado com a comenda da Ordem do Mérito pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, recebeu o prêmio UNESCO na categoria Ação Educativa/Cultural. Em 2002, foi um dos treze artistas escolhidos para ilustrar o calendário anual das Nações Unidas. Sua xilogravura A Vida na Floresta abre o ano no calendário.
Em 2006, foi tema de reportagem no The New York Times. O escritor Ariano Suassuna o considera o melhor gravador popular do Nordeste. Suas xilogravuras são impressas em grande quantidade, em diversos tamanhos, e vendidas a intelectuais, artistas e colecionadores de arte.
Dono de uma técnica própria de colorir as imagens, atende pedidos para representar cotidiano do pobre, o cangaço, o amor, os castigos do céu, os mistérios, os milagres, crimes e corrupção, os folguedos populares, a religiosidade, a picardia, sempre ligados ao povo nordestino. Em sua cidade natal, foi inaugurado o Memorial J. Borges, com exposição de parte de sua obra e objetos pessoais. É um dos Patrimônios Vivos de Pernambuco.