Cores vibrantes e linhas orgânicas, que trazem referências principalmente da natureza, compõe o  inconfundível trabalho de Rafael Highraff. O artista, que usa a cidade para se expressar, viu seu desenho mudar desde 1997, quando grafitou pela primeira vez, e hoje marca os muros com um estilo só seu.

Graduado em Design Gráfico, Rafael Highgraff traz em suas obras uma psicodelia regida, que mesmo em uma explosão de ideias e referências, mantém uma base de design, resultando em belas e inovadoras peças de arte.

A rua sempre acompanhou a metamorfose da arte de Highgraff, que deixou de lado os tradicionais personagens e letras para dar vez à geometria, ao abstrato e ao transcendental. Com 37 anos e paixão pelo desenho, o artista convida o espectador a reinterpretar seus próprios traços e conquista admiradores.

Seu trabalho já está nas paredes de residências, escritórios e em muros do Brasil e também da Holanda. Recentemente, Highgraf foi convidado pelo projeto R.U.A para criar um mural especial em um bairro menos favorecido da capital Amsterdã.

 
 
 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 
 
 

Graffiti é a arte feita na rua, às pressas, um olho no muro outro na aproximação da polícia, tinta borrifada à jato, cobrindo rapidamente uma área grande da parede, contorno preto para definir a forma das manchas que saíram rápidas das latas de spray, cores fortes para serem vistas por quem passa alienado pela cidade, e para serem vistas logo, já que a vida do graffiti é efêmera.

É um grito visual no meio da cidade, para ser ouvido na hora, antes que acabe. Como denominar então a arte feita em espaços públicos porém em muros autorizados, sem pressa e sem risco? Highraff define-a como muralismo. É assim que o paulista formado em design pela FAAP pacifica a discussão entre a prática do graffiti e o uso da estética do graffiti nas artes plásticas: o limite do graffiti é a rua.

O que se faz na tela ou em muros autorizados (ou encomendados) é muralismo ou simplesmente pintura, ainda que com inspirações nas formas, contornos fortes e cores vibrantes do graffiti. Jovens artistas que se dedicam às artes visuais conhecem o graffiti assim como conhecem o artesanato brasileiro, o rock, histórias em quadrinhos, cinema… e tudo isso é fonte de pesquisa para Highraff.

As telas de Highraff revelam essa coexistência de referências principalmente no uso que o artista faz do contorno preto nas figuras, reservado para apenas algumas áreas da composição, que então saltam para um primeiro plano, deixando formas sinuosas e decorativas sem contorno no fundo. A contemporaneidade dos traços fortes característicos do graffiti fica assim num plano mais próximo do observador do que as curvas decorativas da Art-nouveau, que seus trabalhos recentes também incorporam.

Padrões decorativos preenchem cada área delineada pelo contorno preto, e a referência ao artesanato popular aparece no uso de rendas vinílicas como máscara para aplicação da tinta. A geometria fractal das formas da natureza é outra inspiração para as composições do artista, que assim lembram estruturas celulares, átomos, ou formas vegetais.
Retirado do site – http://www.zippergaleria.com.br/pt/#artistas/highraff/

http://www.gravura.art.br/artistas/highraff.html