Marcelo Tinoco (São Paulo, Brasil, 1967) vive e trabalha em São Paulo. O artista intervém na imagem fotográfica com colagens, recortes e pinturas com pinceis digitais, compondo o que ele chama de “fotografia multidisciplinar”. Sua intenção é deslocar este suporte das funções de representação fiel da realidade para outros campos das artes visuais, como a pintura.

Premiado no Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia (Brasil, 2013), seu trabalho figura nas coleções institucionais do Consulado-Geral do Brasil em Frankfurt (Alemanha), do Museu da Imagem e do Som e do Museu de Arte do Rio.

Principais exposições individuais: “Histórias Naturais”, Caixa Cultural, Rio de Janeiro, Brasil (2014), “Timeless”. Centro Cultural São Paulo, São Paulo, Brasil (2013), “Nova Fotografia”, Museu da Imagem e do Som, São Paulo, Brasil (2012).

Principais exposições coletivas: “Ao amor do público”. Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, Brasil (2016), Foto Bienal MASP/Pirelli, Museu Oscar Niemyer, Curitiba (2014), Programa de Exposições, Museu de Arte de Ribeirão Preto, Brasil (2013).

O fotografo, o taxidermista e a cultura sampler
A série Fotorama, resultante de pesquisa realizada pelo fotografo Marcelo Tinoco nos últimos três anos, ativa a reflexão sobre as relações entre o ato fotográfico e a criação ficcional na cultura do banco de dados. Estamos diante de um procedimento fotográfico que nasce documental, torna-se arquivístico e culmina em construção de natureza ficcional.
Há diversas tecnologias envolvidas no processo de elaboração dessas imagens. No estágio inicial do trabalho, as questões técnicas e conceituais dizem respeito ao ato fotográfico em si. Todas as imagens são geradas pela câmera de um fotógrafo com inquietações documentais.
Como tornar-se um agente invisível; captar o instante em sua espontaneidade; ter uma atuação descritiva dos acontecimentos do mundo exterior e registrar fatos reais sem interferências? Essas questões, próprias ao fotojornalismo e à mitologia do “instante decisivo” de Cartier- Bresson, são colocadas em cheque quando Marcelo Tinoco renega a unicidade narrativa que poderia estar contida em um clique, e assume sua fotografia como anotação, rascunho, fragmento, a serviço da posterior construção de histórias e narrativas visuais.